Arlindo vivia de um lado para o outro, cuidando de suas lojas, montado em seu belo cavalo branco ironicamente denominado "black", ornando com uma não menos bela cela, estribos de metal e arreios dourados. Sentia-se mesmo um rei. Até se acometido do desejo de reiniciar novas aventuras e decidir retornar ao Rio de Janeiro. E lá vêem novas brigas com a vida, dribles na má sorte que espreita e outros contratempos. Os filhos agora já somam nove. Em busca de solução definitiva se torna uma constante. Sua personalidade difusa a cada momento lhe sugere uma idéia nova e diferente, muitas vezes equivocada, que o impulsiona a novos riscos, dando prosseguimento à sua constante luta com a vida, caindo em muitas ocasiões, mas sempre se erguendo e retomando o combate.
Viajante habitual e inconformado continuou seguindo caminhos adversos, estreitas trilhas repletas de decepções, entremeadas de sonhos, de promessas e de esperanças sempre renovadas em aventuras inéditas por todo o transcorrer da sua vida que teve a duração de 74 anos.

Hoje Arlindo acupa o pedestal de sua história bem vivida, sofrida sim, mas quem sabe, prazerosa intimamente. Vida essa que ele soube muito bem desfrutar, a seu modo. Na certa que soube.